terça-feira, 8 de maio de 2007

RAÇA ESPANHOLA - CANÁRIO MINIATURA



Breve História

Como o nome indica, este canário é originário de Espanha, concretamente das regiões da Catalunha e Andaluzia. Já por volta do ano 1918 criavam-se os primeiros "Raças Espanholas" ou canários miniatura, uma pequena maravilha com penas, logicamente que os seus antepassados, foram os canários silvestres das Ilhas Canárias, Açores e Madeira.
A criação desta raça teve uma grande difusão, especialmente na região da Catalunha, nos anos 1928 a 1930, mas como conseqüência da Guerra Civil Espanhola, praticamente desapareceu. Para beneplácito dos amantes da canaricultura em especial de porte e desta raça, ela conseguiu sobreviver.
Desde 1976 tem participado em todos os Mundiais, cada vez com maior número e melhor qualidade, com a participação de vários países, incluindo Portugal, sendo que o domínio pertence à Espanha e Itália.

Descrição Técnica

Não se deve entender por canário miniatura, uma ave raquítica ou degenerada, mas ao contrário, devemos ter presente uma ave em perfeito estado de saúde, cheia de vitalidade, agilidade, harmonia proporcionada, que são algumas das suas características, onde sobressai a principal que é o seu tamanho pequeno.

Tamanho

A longitude, medida desde o vértice do bico, até a ponta extrema da cauda, deve ter como tamanho máximo 11,5cm, dimensões realmente difíceis de obter.
Alguns canaricultores, já fizeram hibridações com os "serezinos" ou chamarizes "serinus serinus", com o objetivo de obter uma ave menor. Com esta hibridação, dotam-se as aves com uma porção de genética, que proporciona a fixação de um tamanho menor, mas também, deixando dados negativos, que os isola completamente das características da “Raça Espanhola".

Dorso e Peito

Os ombros devem ser estreitos, devendo para tal constituir um prolongamento suave do pescoço, no encontro com o dorso.
O peito, deve ser estreito, fino e sem proeminências, sendo esta uma das características mais importantes, na hora de julgar uma boa ave.

Cabeça e Pescoço

A cabeça deve ser pequena e em forma de avelã, separada do corpo por um pescoço estreito, o qual facilitará o início de um dorso e peito lisos, sem redondezas.
A cauda, deve ser curta, proporcional ao corpo, fechada e acabando ligeiramente bifurcada semelhante ao rabo dos peixes.

Patas, Coxas e Bico

Um dos defeitos mais vulgares é a existência de patas excessivamente longas, com dedos grandes e grossos, e bicos desproporcionados. Talvez os motivos sejam, a dificuldade em reduzir as zonas córneas em relação à plumagem.
As coxas devem ser praticamente invisíveis, característica difícil de obter em aves de plumagem intensa. Os tarsos, devem ser curtos (14mm) e os dedos pequenos.
O bico deve ser pequeno, curto e cônico.

Plumagem e Cor

A plumagem deve ser sedosa, densa, lisa, brilhante, sem frisos, bem aderente ao corpo, sem que se notem fraldas de penas nas zonas depenadas.
Na cor, são admitidas todas, exceto a coloração artificial, Tradicionalmente a Raça Espanhola" era cor verde ou amarelo, existindo agora as cores cinzenta, branca dominante, Isabel, marfim, castanha, ágata e variegados. Existem atualmente, aves com qualidade em qualquer destes fatores. Para exposições, são preferíveis as aves de plumagem intensa, pelo menor tamanho que geralmente apresentam devido à plumagem, tendo maior facilidade em obter bons resultados face ao standard da raça.

Seleção de Reprodutores

A melhor seleção, está na escolha das aves menores, com as proporções adequadas.
É um fato, que as aves com o efetuar da segunda muda, adquirem um ligeiro aumento de tamanho, constituindo por essa razão um meio adequado de seleção dos reprodutores. Elegemos aqueles, que menor crescimento tiveram, para isso, devemos, sistematicamente, efetuar medições nas aves. A primeira medição deve ser feita, após a primeira muda, a segunda na altura do acasalamento e a terceira depois da segunda muda.
Os apontamentos de tais medições permitirão obtermos claramente, a evolução de cada ave, descartando de uma vez aquelas que têm tendência a crescer desmesuradamente, devemos ter sempre em atenção, que, na descendência é mais fácil reduzir o comprimento do que a estrutura óssea exagerada.

Reprodução

Como já foi referido, o ideal é termos um casal de boa qualidade, mas infelizmente ta coisa, muitas vezes não acontece, para tal temos de nos conformar com aves de menor qualidade e assim irmos selecionando as melhores, e algumas vezes se for necessário, com recurso à consangüinidade, com o intuito de irmos fixando os caracteres mais importantes, das distintas aves.
Uma vez obtida uma seleção de aves de qualidade idêntica, entramos no sistema dos acasalamentos. A regra básica a ter em consideração, é a da compensação de caracteres dos pais, porque uma inconformidade especifica, numa ave, deve ser compensada com outra ave, devidamente em conformidade.
É pratica comum, considera-se que os acasalamentos da "Raça Espanhola" devem ser feitos com aves de plumagens intensas, isto não é correto, porque, é importante termos no nosso canaril alguns nevados de plumagem, e inclusive mosaicos, com o intuito de compensar as inconformidades de aves provenientes de acasalamento entre intensivos.

Alimentação


A alimentação na "Raça Espanhola" é das coisas mais importantes.
Se queremos obter aves de pequeno tamanho, a sua alimentação não pode ter o mesmo valor energético, vitaminado e protéico, dos outros canários de porte, os chamados de grande porte, casos do Yorkshire, Lancashire, Norwich, Border, Crest, Parisience, Gigante Italiano, etc..
Uma alimentação forte não ajuda em nada o standard da raça, ao nosso canário miniatura logicamente não vamos dar uma dieta rigorosa, mas sim básica e ajustada a esta raça.
Por exemplo, pode-se usar uma mistura de sementes nas seguintes proporções: alpiste 75%, perila 20%, nabão 5% em época de criação; durante a muda, alpiste 65%, perila 25%, nabão 5% e linhaça 5% no período de repouso alpiste 75% e perila 25%.
Quanto a farinhadas é aconselhável o uso daquelas com pouca proteína ou o uso muito moderado das comuns.
Victor M. R. Couto

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